NACAB - Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens
MINAS DE LAMA – Relatório da expedição geográfica no vale do rio Paraopeba

MINAS DE LAMA – Relatório da expedição geográfica no vale do rio Paraopeba

[vc_row row_height_percent=”0″ overlay_alpha=”50″ gutter_size=”3″ column_width_percent=”75″ shift_y=”0″ z_index=”0″][vc_column][vc_column_text]“No início da tarde do dia 25 de janeiro de 2019 rompeu-se a Barragem I em Brumadinho/MG, uma barragem de rejeitos com extensão da crista de 720 metros, área de represamento de aproximadamente 250 mil m², 87 metros de altura e capacidade de armazenamento de 12,7 milhões de m³. Era utilizada para a contenção dos rejeitos do minério de ferro extraído na Mina Córrego do Feijão, pertencente à Vale e inserida no Complexo Paraopeba (GEMG, 2010; COELHO, 2019). A lama-rejeito liberada pela ruptura da Barragem I desenhou um rastro de ruína no vale do Ribeirão Ferro-Carvão e se estendeu no curso do rio Paraopeba. Além da destruição de estruturas administrativas da empresa, pousadas, pontes, casas, quintais, áreas de pastagens e cultivo de alimentos, morte e desaparecimento de trabalhadores, a cartografia do desastre expôs uma territorialidade muito além do entorno da mina e da barragem que se rompeu.

Diante disso, com a intenção de sistematizar dados e informações de campo sobre as implicações ambientais do rompimento da Barragem I, realizou-se a expedição Minas de Lama entre os dias 04 e 06 de fevereiro de 2019, organizada por professores e estudantes do Departamento de Geociências da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Instituto Federal do Norte de Minas Gerais – Campus Almenara, e Universidade Estadual de Goiás (UEG). O trabalho dos pesquisadores contou com o apoio do Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração. A expedição percorreu o corredor hídrico do córrego Ferro-Carvão, completamente obliterado pelos rejeitos da mineradora, e o rio Paraopeba, entre a foz do Ferro-Carvão e a porção à jusante da barragem de Retiro Baixo, em Felixlândia, onde anunciava-se que o rejeito seria finalmente detido.
A Expedição iniciou-se no dia 04 de fevereiro de 2019 no município de Felixlândia e terminou no dia 06 de fevereiro de 2019 em Brumadinho. Os três dias de campo permitiram percorrer diversos pontos do rio Paraopeba e entrevistar diferentes sujeitos, tecer observações diretas, anotar percepções em diários de campo e realizar registros audiovisuais. Percebeu-se as distintas territorialidades do desastre no vale do rio Paraopeba, escalas de ações da empresa e de órgãos do Estado junto aos territórios, acesso à informação e nível de conhecimento sobre os efeitos da lama de rejeitos na qualidade da água, prejuízos socioeconômicos, insegurança, medo e incerteza quanto ao futuro comum em espaços de existência coletiva como comunidades, bairros, condomínios, propriedades rurais e assentamento de reforma agrária nas margens do rio.”

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